A América portuguesa e o Governo-Geral
O governo-geral foi um dos modelos de organização administrativa que os portugueses estabeleceram no Brasil durante o período colonial. Criado no ano de 1548, o governo-geral foi criado para substituir um outro modelo de organização administrativa anterior: o sistema de capitanias hereditárias .
Essa
substituição aconteceu porque o sistema de capitanias hereditárias não deu
certo em terras brasileiras. Isso porque muitos portugueses que recebiam as
capitanias não desejavam se mudar para o Brasil para tomar conta das terras
recebidas. Além disso, aqueles que chegaram a se mudar para o Brasil,
enfrentaram muitas dificuldades para conseguir lucrar com a capitania recebida
da Coroa de Portugal.
Como o
sistema não deu muito certo, Portugal então passou a centralizar a
administração da colônia criando o cargo de governador geral. Esse governador
era, a partir daquele momento, a mais importante autoridade presente no Brasil
e tinha a função de representar os interesses do rei de Portugal em terras
brasileiras.
Mesmo
tendo grandes poderes, sabemos que o governador geral sozinho não daria conta
de todas as responsabilidades e problemas que envolviam a organização do espaço
colonial. Foi então que, para melhor cumprir suas atribuições, o Governador
Geral contava com o auxílio de outros três auxiliares: o provedor-mor, o
capitão-mor e o ouvidor-mor.
O
provedor-mor tinha a responsabilidade de garantir a arrecadação dos impostos em
terras brasileiras e cuidar dos gastos que o governo geral tivesse na
administração do território. O capitão-mor tinha a responsabilidade de
organizar as tropas responsáveis pela defesa do litoral brasileiro contra as
possíveis invasões estrangeiras e os ataques das comunidades indígenas
presentes no Brasil. Já o ouvidor-mor exercia a função de juiz, aplicando as
leis e resolvendo os conflitos existentes entre a população colonial.
A América
portuguesa de 1621 até 1774 ficou dividida em duas partes: O Estado do Brasil (com
capital em Salvador) e o Estado do Maranhão e Grão-Pará (com capital em São
Luís e depois em Belém).
No século
XVIII, a capital do Estado do Brasil colonial foi definitivamente transferida
para o Rio de Janeiro. Essa decisão teve grande influência da descoberta de
ouro nas regiões central e sudeste do Brasil. Portanto, a mudança do Rio de
Janeiro foi adotada para facilitar a arrecadação e o controle dessa riqueza
explorada por Portugal na época.
O
governo-geral acabou somente no ano de 1808, quando a Família Real Portuguesa
chegou ao Brasil. Naquele momento, o Rio de Janeiro se transformou em capital
não só do espaço colonial brasileiro, mas também do Império Português. Desse
modo, a necessidade de um governador-geral para representar o rei de Portugal
deixava de ser necessária para se controlar o território do Brasil.
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